Dedo em gatilho no adulto - Cirurgia da Mão

Principais patologias


banner-dedo-em-gatilho-cirurgia-das-maos-v2

Dedo em gatilho no adulto

A tenossinovite estenosante é conhecida comumente como “dedo em gatilho”. Os tendões dobram os dedos e deslizam facilmente com a ajuda de polias. Estas polias mantém os tendões próximos aos ossos. É semelhante como a linha de uma vara de pescar (Figura 1). 

 

O dedo em gatilho ocorre quando há uma desproporção entre a polia e o tendão, de forma que o tendão não consegue deslizar dentro da polia (Figura 2). Isto provoca um atrito anormal entre o tendão e a polia A1, gerando inflamação e espessamento da polia que tende a agravar ainda mais o quadro, gerando um círculo vicioso. Existe dificuldade na extensão do dedo pelo aumento de volume do tendão na entrada da polia.  

 

O dedo em gatilho é mais comum na presença de algumas doenças como artrite reumatoide, gota e diabetes (dedo em gatilho secundário). 

O ato de segurar com força e de forma repetitiva pode levar ao aparecimento da doença também; assim como traumas locais (dedo em gatilho primário). 

 

No adulto, é mais comum nas mulheres de meia idade e acomete principalmente quarto e terceiro dedos da mão.

 

Na maioria dos casos a causa é desconhecida e o diagnóstico é feito através da observação da mão e da realização de exames complementares, como ultrassonografia ou ressonância magnética.

 

Classificação:

 

Grau I= pré gatilho, dor, desconforto sobre a polia A1, sem demonstração de gatilho no exame físico

 

Grau II= demonstração do gatilho e o paciente faz a extensão ativamente do dedo

 

Grau III= demonstração do gatilho e necessita de extensão passiva do dedo ou incapacidade para fletir o dedo ativamente

 

Grau IV= gatilho com flexão fixa da interfalangeana proximal

 

 

Tratamento não cirúrgico:

As várias modalidades do tratamento conservador do dedo em gatilho primário são:

• imobilização com órteses;

• anti-inflamatórios;

• fisioterapia: crioterapia, laser e ultrassom analgésicos, alongamentos dos flexores, fortalecimento dos extensores;

• infiltração com corticóide na bainha do tendão.

Nos casos de dedos em gatilho secundário é de extrema importância o controle da doença de base: diabete, doenças reumáticas, gota etc.

 

 

Tratamento cirúrgico:

O tratamento cirúrgico deve ser feito quando há bloqueio ou não ocorre melhora com o tratamento conservador.

 

Na cirurgia é realizada a abertura da polia A1 com ou sem sinovectomia associada.  A cirurgia pode ser realizada com anestesia local + sedação ou com anestesia geral. A alta hospitalar é dada no mesmo dia, quando não ocorrem complicações.

 

É muito importante uma boa técnica cirúrgica e um bom pós-operatório para evitar as complicações: distrofia simpático reflexa, infecção, rigidez, lesão nervosa entre outras.

 

 

DEDO EM GATILHO NA CRIANÇA

Nos recém-nascidos a tenossinovite estenosante dos flexores habitualmente ocorre no polegar, mas pode atingir outros dedos.

 

O diagnóstico é feito durante o primeiro mês de vida. O dedo geralmente apresenta-se fletido. Palpa-se o flexor sobre a cabeça do metacarpo com aumento de volume junto à entrada da polia. O exame de ultrassonografia pode ser realizado no auxílio do diagnóstico como exame complementar.

 

Quando o tratamento conservador com alongamentos e uso de órteses não conseguem melhorar o quadro, é indicada a cirurgia. Na cirurgia a incisão transversa é realizada na prega palmar sobre a polia afetada e a mesma é aberta até que o dedo possa estender completamente. O fechamento da pele é feito com fio absorvível para evitar a retirada de pontos; que é difícil na criança.

Dra. Márcia Arima, ortopedista, especialista em Cirurgia das Mãos.

Para mais informações ou  agendamento de consultas, entre em contato através do telefone (17)3363-6389.