Rizartrose - Cirurgia da Mão

Principais patologias


banner-rizartrose-jun19

Rizartrose

DEFINIÇÃO:
Rizartrose é uma patologia que acomete a articulação da base do polegar, chamada Trapézio-primeiro metacarpiano, e acontece quando existe um desgaste da cartilagem provocado pela artrose que atinge o local, resultando num contato direto entre os ossos, causando dor e deformidade.



INTRODUÇÃO:
A diferenciação da espécie humana ocorreu principalmente com a possibilidade de realização do movimento de pinça e preensão com a mão, graças a grande mobilidade presente principalmente do polegar, que dispõem de estrutura muscular e articular adequada e posicionamento em plano diferente em relação aos demais dedos.

A articulação trapézio metacarpiana tem um papel muito importante, contribuindo com 53% da extensão, 23% da flexão e 17% da rotação global do polegar. Decorrente desta grande solicitação, existe um maior estresse, o que irá favorecer a instalação de processos artríticos locais, que com a progressão da patologia, em última instância, irão levar a limitação progressiva do arco de movimento, associado a dor.

A articulação trapézio metacarpiana é do tipo selar, o que torna possível movimentos amplos em todos os planos, inclusive o rotacional . Suas características anatômicas podem ser comparadas a uma sela, representada pelo trapézio e o cavaleiro pelo metacarpiano. Assim o metacarpo pode inclinar e deslizar de um lado ao outro em dois eixos, realizando o movimento de adução / abdução /flexão / extensão.

Um certo grau de incongruência e frouxidão ligamentar é que favorecem o movimento rotacional desta articulação.




CAUSA:
A frouxidão ligamentar parece ser o fator principal na gênese do processo artrítico. A partir da instabilidade observada na articulação temos o deslocamento do metacarpiano para o lado radial, acompanhado de incongruência articular progressiva e, portanto, piora do processo artrítico.

O movimento de maior stress articular é o de pinça lateral e preensão, quando temos acentuação das forças de stress lateral e rotacional. Com a evolução natural, o metacarpiano tende a assumir posição de adução, que compensado com a hiperextensão da articulação metacarpo-falangeana, irá caracterizar a deformidade em zig-zag do polegar.

Basicamente, 3 são as possíveis causas desta patologia: inflamatória, traumática e idiopática. Nesta última, temos uma maioria absoluta formada por mulheres no período pós-menopausa, que apresentam dor nesta articulação de forma insidiosa.

QUADRO CLÍNICO:
Numa fase inicial, o quadro é doloroso em região da base do polegar, podendo estar associado com a presença de processo inflamatório local. Eventualmente encontramos dor na região tenar com possível irradiação proximal e distal. A força de preensão e pinça, estão diminuídas. O teste de Grinding deverá ser pesquisado, consistindo em se realizar a circundução do polegar com a fixação do trapézio, associado ao movimento de compressão e distração do polegar.

Na presença de artrite iremos observar piora da dor com o movimento de compressão. Com a evolução da patologia observamos abaulamento visível da base do metacarpiano, devido a sua subluxação lateral, com crepitação grosseira à manipulação da articulação trapézio-metacarpiana.

DIAGNÓSTICO:
Além do quadro clínico para o diagnóstico podem ser solicitados exames complementares: RX, ultrassom e ressonância magnética. Estes exames auxiliam no diagnóstico diferencial para afastar outras doenças e patologias, como a tenossinovite de De Quervain, por exemplo.

TRATAMENTO CONSERVADOR:
Nos estágios iniciais, com sintomatologia importante poderemos considerar o uso de anti-inflamatórios associado a órtese que inclua o polegar, deixando livre o punho. Alguns autores preconizam o uso de infiltração articular com corticoide como forma de postergar o tratamento definitivo. Tratamentos com fitoterápicos, fisioterapia, terapeuta ocupacional e acupuntura também auxiliam na melhora da dor.

Sempre que possível, é indicado associar medicações que supostamente protegeriam a cartilagem durante o curso da doença e que retardam a evolução da osteoartrose: diacereína, glucosamina/condroitina, UC-II, colágeno hidrolisado, extrato insaponificável de abacate e soja.

TRATAMENTO CIRÚRGICO:
Pode-se considerar a possibilidade cirúrgica quando o paciente não se adapta a restrição das atividades laborativas e de lazer, com aceitação da limitação imposta. Os melhores resultados operatórios são aqueles em que o paciente passou por todas as etapas do tratamento conservador e, dado o seu insucesso, recorre ao cirúrgico.

O tratamento cirúrgico da rizartroze deve abordar o comprometimento articular e a estabilidade, recuperando de forma mais satisfatória possível a amplitude articular e portanto, a função da mão.

As propostas de tratamento da rizartrose do polegar ao longo dos anos vem evoluindo desde a simples retirada do trapézio, artrodeses, hemiressecções do trapézio e base do primeiro metacarpiano com interposição de tendões (Eaton), reconstruções ligamentares puras (Biddulph), uso de artroplastias e associação de técnicas de reconstruções ligamentares como as tenoartroplastias.


 

Dra. Márcia Arima, ortopedista, especialista em Cirurgia das Mãos - tendinite, síndrome do túne do carpo, artrose, artrite, entre outros.

Para mais informações ou  agendamento de consultas, entre em contato através do telefone (17)3363-6389.